"O AMOR É O QUE O AMOR FAZ". Lucas 10.25-37

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Para Jesus, o amor é algo que você sente e faz.

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Grande ideia: Para Jesus, o amor é algo que você sente e faz.
Estrutura: o amor é a síntese do dever (Deus) (vv. 25-28), o amor é o exercício da misericórdia (homem) (vv. 29-37).
James Hunter:
"Em suma, dissemos que a liderança que vai perdurar deve ser baseada na influência e na autoridade. A autoridade sempre se estabelece ao servir aos outros e sacrificar-se por eles. O serviço que prestamos tem origem na identificação e satisfação das necessidades legítimas. Portanto, sobre o que vocês acham que se constroem serviço e sacrifício?"
"Um bocado de esforço", foi a contribuição do pregador.
"Exatamente", Simeão sorriu, mas eu gostaria de usar a palavra amor, se todos estiverem de acordo.
Achei que o sargento ia ter um infarto à menção do amor, mas ele ficou quieto. Achei que podia fazer uma pergunta: "Desculpe, Simeão, mas por que você traz a palavra amor para a equação?" "Sim", acrescentou a treinadora, "o que o amor tem a ver com isso?".
Simeão não desistiu: "A razão pela qual freqüentemente nos sentimos desconfortáveis a respeito desta palavra, principalmente em ambientes de negócios, é porque quando se fala em "amor" pensamos logo no sentimento. Amanhã falaremos muito mais sobre essa importante palavra. Mas, por ora, basta dizer que quando uso a palavra amor eu me refiro a um comportamento e não a um sentimento."
A diretora disse: "Então, talvez o que você esteja dizendo é que "o amor é o que o amor faz"?"
"Lindamente colocado, Teresa". Simeão agradeceu, "Se você permite, vou usar essa frase mais tarde. O amor é isso aí. É exatamente o que quero dizer."
"E sobre o que se constrói o amor?", o sargento grunhiu. "Mal posso esperar para saber". Simeão voltou ao quadro e escreveu uma palavra simples. VONTADE .
1. Síntese do dever. (vv. 25-28)
(a) Lucas está registrando o “diário de viagem” de Jesus, em sua jornada a Jerusalém (9-19).
(b) E ele estabelece como “fio condutor” dessa jornada o foco de Jesus em alcançar as pessoas mais fragilizadas com a paz do seu Reino.
(c) O Reino de Deus é um reino de humildade: “escondeste estas coisas dos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos”.
1Coríntios 1.26–29 (NAA)
26Irmãos, considerem a vocação de vocês. Não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento.
27Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes.
28E Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são,
29a fim de que ninguém se glorie na presença de Deus.
(d) O cenário estabelece aqui um interlocutor diante de Jesus: “intérprete da lei”:

νομικος nomikos

de 3551; TDNT - 4:1088,646; adj

1) que pertence à lei, alguém instruído na lei

2) no NT, intérprete e mestre da lei mosaica

(e) A intenção desse cidadão já é estabelecida por Lucas: “se levantou com o objetivo de pôr Jesus à prova”.
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 1598 εκπειραζω ekpeirazo

εκπειραζω ekpeirazo

de 1537 e 3985; TDNT - 6:23,822; v

1) provar, testar (inteiramente)

2) colocar à prova o caráter e o poder de Deus

(f) “Herdar a vida eterna” é uma expressão que combina com a guarda irrestrita de toda a lei. Logo, a preocupação do escriba aqui era com a letra da lei, não necessariamente a essência da lei.
Levítico 18.5 (NAA)
5Portanto, guardem os meus estatutos e os meus juízos. Aquele que os cumprir, por eles viverá. Eu sou o Senhor.
Ezequiel 20.11 (NAA)
11Dei-lhes os meus estatutos e lhes fiz conhecer os meus juízos, pelos quais o ser humano viverá, se os cumprir.
Kenneth Bailey:
Olhando superficialmente, a pergunta é sem sentido. O que pode alguém fazer para herdar algo? Só os herdeiros legais herdam. Não obstante, esta construção gramatical tem algum precedente. No Antigo Testamento a ideia de herança foi primordialmente aplicada ao privilégio de Israel de herdar a terra da promessa. Esta herança é entendida como dádiva de Deus. Israel nada faz para merecer ou para adquiri-la.
(g) Logo, “a herança se torna a vida eterna, e a maneira de alcançá-la é observar a lei.”
Lucas 18.18–23 (NAA)
18Certo homem de destaque perguntou a Jesus: — Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
19Jesus respondeu: — Por que você me chama de bom? Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus.
20Você conhece os mandamentos: “Não cometa adultério”, “não mate”, “não furte”, “não dê falso testemunho”, “honre o seu pai e a sua mãe”.
21Então o homem disse: — Tudo isso tenho observado desde a minha juventude.
22Ouvindo isso, Jesus lhe disse: — Uma coisa ainda falta a você: venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro nos céus; depois, venha e siga-me.
23Mas, ouvindo ele estas palavras, ficou muito triste, porque era riquíssimo.
(h) Temos aqui uma combinação de textos:
Deuteronômio 6.5 (NAA)
5Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força.
Levítico 19.18 (NAA)
18— Não procure vingança, nem guarde ira contra os filhos do seu povo, mas ame o seu próximo como você ama a si mesmo. Eu sou o Senhor.
Tiago 2.8 (NAA)
8Se vocês, de fato, observam a lei do Reino, conforme está na Escritura: “Ame o seu próximo como a si mesmo”, fazem bem.
Mateus 22.37–40 (NAA)
37Jesus respondeu: — “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento.”
38Este é o grande e primeiro mandamento.
39E o segundo, semelhante a este, é: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo.”
40Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.
(i) O texto vai seguinte um padrão em cima do verbo “fazer”: vv. 25, 28 e 37.
Levítico 18.5 (NAA)
5Portanto, guardem os meus estatutos e os meus juízos. Aquele que os cumprir, por eles viverá. Eu sou o Senhor.
Kenneth Bailey:
O verbo “faze” é presente do imperativo, significando “continua fazendo”. O doutor da lei havia pedido a definição de um requisito limitado e específico: “o que, tendo feito, herdarei...”. A resposta é dada na forma de uma ordem para um estilo de vida sem fim, que requer amor ilimitado e irrestrito a Deus e ao próximo.
2. Exercício da misericórdia. (vv. 29-37)
(a) Agora o homem que indagou a Jesus sobre como faria para herdar a vida eterna, volta às cargas com outra pergunta: “Quem é o meu próximo?”.
Flávio Gouveia de Oliveira:
Entre os judeus havia uma grande preocupação com a pureza da raça em termos familiares e religiosos, por isso era comum que se entendesse que o “próximo” era aquele que era chegado por laços sanguíneos, religiosos e nacionais.
(b) Jesus opta então em contar uma história para falar de modo o mais simples possível.
Comentário Bíblico de Lucas: Através da Bíblia O Exemplo do Bom Samaritano (Lc 10.29–37)

Essa sublime parábola, exclusiva do evangelho de Lucas, reflete sobre a nossa responsabilidade de cuidar dos outros, sejam amigos ou estranhos. Em um sentido espiritual, espelha também o ministério redentor de Cristo, o retrato perfeito do bom samaritano, sendo que o pobre viajante, presa de ladrões, representa a humanidade manchada pelo pecado.

Afinal, quem é o meu próximo? O próximo é o parente, o amigo, o colega, os que são da mesma religião, raça, partido ou classe social? Por trás disso tudo, o que se tenta é estabelecer as fronteiras do amor. Quem ficar fora da fronteira não merece nosso amor. Essa é a tendência humana.

(c) A história desenvolve-se uma jornada de 27 km que compreendia Jerusalém a Jericó: uma estrada marcada por ataques de bandidos. Muitos eram deixados ali “atacados, roubados e até despidos”.
(d) A situação de violência a que foi submetido esse pobre homem o impedia de ser devidamente reconhecido: sua identidade estava prejudicada. Ele está sem roupas e ferido, seu quadro é de um “semimorto”.
Comentário Bíblico de Lucas: Através da Bíblia O Exemplo do Bom Samaritano (Lc 10.29–37)

O sacerdote e o levita viram o homem caído e se desviaram, “passando de largo”. Certamente tinham boas teorias sobre o próximo, e não valia a desculpa de que tinham medo de tocar num provável morto e ficar impuros, pois estavam vindo, e não indo, ao templo em Jerusalém.

No AT, o sacerdote era o encarregado do culto divino, sobretudo do oferecimento dos sacrifícios (ver Sacrifício).

Membro da tribo de Levi. Os levitas ajudavam os sacerdotes nos serviços da Tenda Sagrada (Números 3:5–13) e, depois, do Templo (2Crônicas 8:14).

Pessoa nascida em Samaria, região que ficava entre a Judéia e a Galiléia. Os judeus e os samaritanos não se davam por causa de diferenças de raça, religião e costumes (Lucas 17:15–18; João 4:9).

Kenneth Bailey:
As regras de pureza eram… sempre consideradas um fim em si mesmas, e não apenas um meio tendo em vista um fim. Elas eram consideradas como a melhor maneira de se evitar o pecado e alcançar os píncaros da santidade, como todos os textos afirmam, de Philo até o período tanaítico.
O levita, por sua vez, pode ter pensado consigo mesmo, que não devia caber-lhe a tarefa de desempenhar um ofício perigoso, do qual o sacerdote acabara de se esquivar; dever não devia ser; se assim o fosse, o outro jamais teria se omitido. O ato de se atirar agora a essa tarefa seria uma espécie de afronta ao seu superior, uma acusação implícita contra ele, de desumanidade e dureza de coração.
(e) O clímax da história: o herói é o samaritano! Lucas 9.51-55
Kenneth Bailey:
Os samaritanos eram publicamente amaldiçoados nas sinagogas; diariamente era feita uma petição a Deus para que os samaritanos não fossem participantes da vida eterna.
Flávio Gouveia de Oliveira:
Jesus tira o foco da questão racial ou religiosa em si. Não estava dizendo que os samaritanos eram melhores que os judeus, nem vice-versa, mas que quem cumpriu o mandamento de amar o próximo foi aquele que “efetivamente” tomou uma atitude e, assim, realmente obedeceu - independentemente de seu status religioso.
(f) O padrão de socorro do samaritano é dado a partir de “elementos sacrificiais” usados na adoração no templo: “óleo e vinho”.

33 Mas um certo samaritano, estando de viagem, veio até ele; e, vendo-o, teve compaixão dele.

34 E, aproximando-se dele, atou-lhe as feridas, derramando nelas azeite e vinho, e, pondo-o sobre seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.

35 E, no dia seguinte, partindo, ele tirou dois denários, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastares, na minha volta eu te pagarei.

Oséias 6.6 (NAA)
6Pois quero misericórdia, e não sacrifício; conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.”
Miquéias 6.7–8 (NAA)
7Será que o Senhor se agrada com milhares de carneiros, com dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma?
8Ele já mostrou a você o que é bom; e o que o Senhor pede de você? Que pratique a justiça, ame a misericórdia e ande humildemente com o seu Deus.
Kenneth Bailey:
É o odiado samaritano que derrama a libação sobre o altar das feridas desse homem. Como o observa Derrett: “Para mostrar o que é hesed (amor inabalável) que Deus requer, não se pode ser mais conveniente do que empregando óleo e vinho para curar um homem ferido” (…). A reação altruísta do samaritano diante das necessidades daquele homem (inclusive esta simples libação) é uma profunda expressão do amor inabalável pelo qual os profetas estavam clamando. É o samaritano quem derrama a verdadeira oferta aceitável a Deus.
Provérbios 19.17 (NAA)
17Quem se compadece do pobre empresta ao Senhor, e este lhe retribuirá o benefício.
(g) Repare que Jesus muda o foco da questão: do próximo que ama para o próximo que é amado.
Lucas 10.29 (NAA)
29Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: — Quem é o meu próximo?
Lucas 10.36 (NAA)
36Então Jesus perguntou: — Qual destes três lhe parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos ladrões?
Flávio Gouveia de Oliveira:
Note que ele muda o foco da pergunta. Primeiramente o intérprete perguntou: “quem é meu próximo?”. Jesus agora pergunta: “quem foi próximo daquele que estava caído?”. A resposta, mais uma vez, era óbvia e, mais uma vez, a aplicação de Jesus foi a mesma: “vá e faça o mesmo”; mas a aplicação ficava mais profunda, em outras palavras: “seja você o próximo de quem precisa do seu amor”.
3. Outras aplicações:
(a) Se o amor que você diz ter funciona na base de limites (quaisquer que sejam eles), você não tem amor, tem apenas interesse.
Comentário Bíblico de Lucas: Através da Bíblia O Exemplo do Bom Samaritano (Lc 10.29–37)

A parábola descreve tudo o que o samaritano fez para salientar que a prática do amor não tem limites. É a necessidade do outro que diz o que precisa ser feito e até que ponto se deve amar. Além disso, o amor quebra todas as fronteiras: o samaritano não perguntou se o ferido era judeu ou não. O próximo é qualquer pessoa que encontramos.

Comentário Bíblico de Lucas: Através da Bíblia O Exemplo do Bom Samaritano (Lc 10.29–37)

Aquele instrutor da lei estava preocupado com a fronteira do amor. Mas Jesus mostrou que o amor é um centro que irradia ações práticas e não conhece nenhuma fronteira. O intérprete da lei reconheceu isso e, quando declarou que o próximo foi o que usou de misericórdia, isto é, teve compaixão, mostrou muito bem que tornar-se próximo é entrar em sintonia com o outro e sofrer junto com ele. É condoer-se com o sofrimento alheio.

Provérbios 25.21 (NAA)
21Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber,
Provérbios 25.22 (NAA)
22porque assim você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele, e o Senhor recompensará você.
A MENSAGEM:
"Se você vir seu inimigo com fome, pague um almoço para ele; se ele estiver com sede, traga uma bebida. Sua bondade o deixará sem ação, e o Eterno recompensará você."
(b) Pare, pense e olhe em sua volta: de quem você tem sido próximo? Pode ter ser certeza que há alguém perto de você que precisa de sua ajuda.
Provérbios 14.21 (NAA)
21Quem despreza o seu vizinho peca, mas o que se compadece dos pobres é feliz.
João 13.15–17 (NAA)
15Porque eu lhes dei o exemplo, para que, como eu fiz, vocês façam também.
16Em verdade, em verdade lhes digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou.
17Se vocês sabem estas coisas, bem-aventurados serão se as praticarem.
Kenneth Bailey:
A parábola nos apresenta um conceito dinâmico do próximo. A pergunta: “Quem é o meu próximo?” é reformulada para “De quem preciso me tornar próximo?”. E a resposta, então, é: qualquer pessoa que se encontra em necessidade, mesmo um inimigo!
Ame Ao Senhor Vencedores Por Cristo
Ame ao Senhor com todo teu coração Com toda força e razão, Com todo teu desejar. Ame ao teu próximo como se fosse você Como se a dor que Ele sente, Fosse a que sente você. Ame ao teu próximo como se fosse você Como se a dor que Ele sente Doesse mais em você.
Ilustr.:
O homem, seu filho e o burro
Um homem ia com o filho levar um burro para vender no mercado.
“O que você tem na cabeça para levar um burro estrada afora sem nada no lombo enquanto você se cansa? – disse um homem que passou por eles.”
Ouvindo aquilo, o homem montou o filho no burro, e os três continuaram seu caminho.
“Ô rapazinho preguiçoso, que vergonha deixar o seu pobre pai, um velho andar a pé enquanto vai montado”, disse outro homem com quem cruzaram.
O homem tirou o filho de cima do burro e montou ele mesmo. Passaram duas mulheres e uma disse para a outra: “Olhe só que sujeito egoísta! Vai no burro e o filhinho a pé, coitado...”.
Ouvindo aquilo, o homem fez o menino montar no burro na frente dele. O primeiro viajante que apareceu na estrada perguntou ao homem: “Esse burro é seu?”.
O homem disse que sim. O outro continuou: “Pois não parece, pelo jeito como o senhor trata o bicho. Ora, o senhor é que devia carregar o burro em lugar de fazer com que ele carregasse duas pessoas.”
Na mesma hora o homem amarrou as pernas do burro num pau, e lá se foram pai e filho aos tropeções carregando o animal para o mercado. Quando chegaram, todo mundo riu tanto que o homem, enfurecido, jogou o burro no rio, pegou o filho pelo braço e voltou para casa.
Fábulas de Esopo - Companhia das Letrinhas
Romanos 13.8–10 RA
A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.
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